Teiú
Classificação:
Reino:Animalia
Filo:Chordata
Classe:Reptilia
Ordem:Squamata
Subordem:Sauria
Família:Teiidae
Género:Tupinambis
Espécie:T.merianae
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O teiú (Tupinambis teguixin, Tupinambis merianae ou Salvator merianae), também chamado teiú-branco, ou ainda tiú, teiuaçu, tejuguaçu, teju, tejo, teiú-açu, tiju, tejuaçu ou teiú-brasileiro, é um réptil da família dos Teídeos (comumente chamados teiús, tejus ou tegus). Trata-se do maior e mais comum lagarto do Brasil, sendo encontrado desde o sul da Amazônia até o norte da Argentina. Habita regiões de cerrado, mas pode ser observado também em regiões mais úmidas como florestas, bordas de matas-de-galeria e dentro de matas mais abertas, inclusive em regiões de clima temperado como é o caso dos teiús argentinos.
A cabeça é comprida e pontiaguda, com mandíbulas fortes providas de pequenos dentes pontiagudos, possui uma lígua bífida, tem uma cauda longa e arredondada, tem uma coloração geral negra, com manchas e faixas brancas sobre a cabeça e membros, o papo e face são brancas, adornados de manchas negras, e além do mais pode atingir cerca de 1,40 m de comprimento, porém não é incomum atingir os 2 metros, podendo pesar até 5kg, e podem viver até 16 anos em cativeiro.
O animal, quando encontrado no seu habitat natural, é conhecido sobretudo por sua agressividade e voracidade. Se atacado, primeiro tentará fugir, mas, se impedido, desferirá golpes violentos com a cauda. Outro mecanismo de defesa é a mandíbula: a mordida de um teiú adulto é tão poderosa que pode esmagar dedos humanos. Os teiús nascidos em cativeiro, no entanto, costumam ser dóceis.
É um lagarto onívoro. Na sua dieta incluem-se pequenos mamíferos, pássaros e seus ovos, répteis, anfíbios, insetos, vários artrópodes, carniça, vermes e crustáceos. Também se alimenta de frutas suculentas, folhas e flores. No interior do país é famoso por assaltar galinheiros, atacando os ovos e os pintinhos.
Embora sejam lagartos terrestres, são capazes de escalar pequenas árvores e rochas. E também são exímios nadadores, capazes de permanecer submersos por até 22 minutos. A espécie também apresenta dimorfismo sexual com os machos maiores que as fêmeas e exibindo "papadas" mais proeminentes. A teiú fêmea constrói tocas para colocar seus ovos ou se aproveita de cupinzeiros. Põe cerca de 12 a 35 ovos, que serão protegidos até que choquem. O período de incubação é de 90 dias. Os filhotes são esverdeados, uma coloração que vai cede à medida que amadurecem.
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Os teiús estão entre os répteis mais explorados comercialmente no mundo. A espécie é muito caçada por suas peles e em grau menor para abastecer o comércio de animais comercial. Também são caçados para consumo humano em regiões da Argentina , Paraguai e Bolívia. No Brasil, este lagarto é criado em cativeiro e é o único lagarto autorizado pelo IBAMA que pode ser comercializado no Brasil atualmente.
De acordo com a Lista Vermelha da IUCN, o T. teguixin é listado como "Pouco Preocupante", já que a espécie tem uma ampla distribuição na sua área de ocorrência; é capaz de se adaptar a vários habitats, e porque não há dados que demonstrem que sua grande população esteja sofrendo um significativo declínio que justifica uma classificação em uma categoria mais ameaçada. São diurnos e é heliotérmico (expõe-se ao sol para elevar a temperatura corporal), passando a maior parte do tempo em movimento à procura de presas.Os teiús, assim como as serpentes, possuem uma língua bífida (com duas pontas). Essa língua serve para explorar o ambiente e pegar pequenas substâncias que se encontram suspensas no ar, encaminhando-as a um órgão localizado dentro da boca (órgão de Jacobson) e que desempenha função equivalente ao olfato.
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No Brasil, há duas espécies de lagarto-teiú: Tupinambis teguixin, da Amazônia, e Tupinambis merianae, encontrado na Mata Atlântica e cerrado. Os teiús pertencem a família Teiidae, que se distribui ao longo das Américas, com mais de 100 espécies descritas, sendo que 30 delas estão no Brasil.
Tupinambis merianae é uma das "espécies-problema" do arquipélago de Fernando de Noronha, e mais um exemplo de como a introdução de espécies exóticas em ilhas pode acarretar em grandes transtornos e desestruturar o frágil equilíbrio ecológico desse tipo de ambiente. Na década de 1960, foi introduzido um casal dessa espécie no arquipélago com o objetivo de controlar as populações de sapos e ratos, introduzidos em anos anteriores. Como o teiú tem hábitos diurnos e suas supostas presas são noturnas, o controle não foi bem sucedido e o lagarto encontrou um ambiente adequado ao seu desenvolvimento e reprodução. Com recurso alimentar em abundância e ausência de predadores, a população de T. merianae no arquipélago continua crescendo, causando um grande impacto nas populações das tartarugas e aves marinhas, das quais o lagarto se alimenta dos ovos e filhotes
Quando o teiú se sente ameaçado, ele pode ficar imóvel e tentar se camuflar no ambiente ou fugir rapidamente. Mas quando se sente encurralado, desfere fortes mordidas e chicotadas com a cauda. Se agarrado pela cauda, o teiú, assim como outros lagartos (mas nem todos) como por exemplo a famosa lagartixa doméstica ou de parede, pode se desfazer dela e escapar com vida, num processo conhecido como autotomia. Dentro de algumas semanas, uma nova cauda substitui a antiga, porém, nem tão bonita como antes.
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Como têm grande porte, as espécies de Tupinambis foram e ainda são caçadas tradicionalmente por alguns povos indígenas para subsistência. Mas agora, são explorados em grande número para uso das peles na confecção de acessórios em couro exótico, especialmente botas e bolsas, como os jacarés. Durante a década de 1980 uma média de 1.900.000 peles foram negociadas anualmente, principalmente para os Estados Unidos, Canadá, México, Japão e alguns países europeus. Por isso, todas as espécies de Tupinambis estão incluídas no Apêndice II da CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora Silvestre), indicando que, embora ainda não se encontrem em risco de extinção, podem vir a ser ameaçadas caso seu comércio não seja efetivamente controlado