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Perereca Allophryne ruthveni (Gaige, 1926)

Ordem: Anura | Família: Allophrynidae | Gênero: Allophryne
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Perereca (Allophryne ruthveni)

Foto: Sarah Mângia

Há algum tempo esta espécie era a única do seu gênero aqui no Brasil. Os anuros pertencentes a família Allophrynidae eram espécies exclusivas do bioma Amazônia, até que em 2013 uma nova espécie deste gênero foi descoberta no bioma Mata Atlântica, no sul da Bahia, deixando o gênero Allophryne de ser apenas de espécies amazônicas. A família Allophrynidae é composta por três espécies, a A. ruthveni com distribuição exclusivamente amazônica; a A.relicta no Estado da Bahia (Mata Atlântica) e A. resplendens que habita a Amazônia peruana e com provável ocorrência no território brasileiro.

Descrição:

É uma espécie de porte pequeno, corpo e cabeça achatada, com disco adesivos em forma de “T”, ausência de membrana interdigital nas mãos e geralmente é facilmente reconhecida pelo seu padrão de cor dourado sobre fundo negro. O focinho é quase elíptico visto de cima e pontudo visto de perfil; não possui crista craniana; tímpano distinto, de tamanho moderado e pouco menor ou igual que 1/2 do diâmetro total do olho. 

Possuem discos adesivos nas extremidades dos dedos das "mãos" em forma de "T", sem membrana interdigital; dedos com tubérculos subarticulares de tamanho médio, simples e ausência de prepólex (calo-nupcial). Possui uma dobra supratimpânica pouco distinta, estendendo-se da região posterior do olho até a porção anterior da inserção do braço no tórax.

Os "pés" possuem discos adesivos nas extremidades com a presença de membrana interdigitais.

Os machos possuem mais manchas na garganta do que as fêmeas. A coloração do dorso varia de manchas mais escuras de bronze, marrom-acinzentado, dourado ou marrom-amarelado e com listras dorsolaterais amarelo-douradas.
O holótipo media 3,1 cm (Gaige 1926), todas as amostras desde então foram menores. Em Lynch e Freeman (1966), o maior macho media 2,06 cm de tamanho corporal e a maior fêmea media 2,66 cm de comprimento. Duellman (1997) coletou 17 espécimes da Venezuela, e a maior fêmea tinha 2,7 cm e o maior macho, 2,46 cm.  O tímpano é visível apenas em machos.

Reprodução:

Foi relado por Caldwell (1996) um grupo de vários indivíduos machos que vocalizavam durante a noite sobre folhas de arbustos a uma altura de 1 a 3 metros acima do solo, às margens das águas do rio Xingu, no Pará, Brasil. Estes eventos tendem a acontecer em noites de fortes chuvas. Caldwell e Hoogmoed (1998) descrevem a vocalização desta espécie como um trinado rouco baixo. A taxa de vocalização é de 18 notas por minuto; a duração média da vocalização é de 352,5 ms; a frequência dominante é 4,71 kHz.

Apresenta reprodução explosiva, depositando em média 300 ovos pigmentados em poças temporárias na floresta (Duellman, 1997). Zimmerman e Sitnberloff (1996) observaram que o desenvolvimento dos girinos ocorre nas próprias poças e que o habitat dos pós-metamórficos é a floresta em geral, ou seja, longe de qualquer habitat aquático específico.

Distribuição geográfica:

Ocorre apenas no domínio morfoclimático amazônico, do sul da Venezuela para o leste da Colômbia, áreas adjacentes da Bolívia, Guianas, Suriname e ao extremo norte do Brasil (Rondônia, Amapá, Pará, Amazonas, norte do Mato Grosso e Roraima). O holótipo foi descoberto em Tukeit Hill, abaixo das Cataratas de Kaieteur na Guiana, dando origem ao nome em inglês deste anuro, (Tukeit Hill Frog). O nome científico é uma homenagem à Alexander Grant Ruthven.

Habitat
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Áreas florestadas
Sítio de canto/ Calling site
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Atividade
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Noturno
Venenoso
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Vegetação Arbustiva
Hábito
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Arborícola
Endemismo
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Amazônia
Distribuição-geográfica:
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Status: Segura ou pouco preocupante ou Least Concern, em inglês (LC)
Allophryne ruthveni - Emile Fonty
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Vocalização - (gravado por: Emile Fonty)
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Allophryne ruthveni realizando estratégia de defesa (tanatose) - Foto: Renato Gaiga

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Allophryne ruthveni - Foto: Renato Gaiga

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Allophryne ruthveni - Foto: Arthur Abegg

Habitat e Comportamento:

Allophryne ruthveni é uma espécie que pode ser encontrada em florestas primárias associadas a lagos, igarapés e rios e é frequentemente visualizada nos estratos mais baixos da vegetação à noite, na maioria das vezes quando está chovendo. Na região do BV-8 foi encontrada na mata dos dois rios estudados, porém sua visualização não é frequente. Todos os espécimes encontrados foram visualizados após ou durante a chuva em folhas de arbustos não ultrapassando 1 metro de altura. Hoogmoed (1969), em estudo realizado no Suriname coletou todos os exemplares da espécie a cerca de 100 m de um rio, chegando à conclusão de que a espécie prefere florestas pouco densas próximas a rios e riachos, e que não se aventura muito longe do chão.

É uma espécie de hábitos arborícolas e noturno, considerada difícil de se encontrar, mesmo em época de reprodução quando os machos estão vocalizando. 

Página editada por: Beatriz Pique em jun/2020.
Referências:

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